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A Divina Conspiração em 2008
Entrevista: Júlio César Bocáter. Foto: divulgação.
A banda formada por Mark Jansen (guitarrista e responsável pelos vocais guturais e gritados, ex-After Forever), Simone Simons (vocalista), Ad Sluijter (guitarrista), Coen Janssen (tecladista) e Yves Huts (baixista), está lançando The Divine Conspiracy, seu primeiro disco pelo selo Nuclear Blast. Entrevistamos Mark, que fala sobre várias lendas e equívocos a respeito da música e da carreira do Epica. E avisa: eles estarão aqui me março de 2008!
RU – Mark, fale sobre o recente disco do Epica, The Divine Conspiracy, que é o objeto desta entrevista.
Mark Jansen – Bem, eu considero o melhor disco da banda até hoje. Ele foi bem produzido, contando com o grande Sascha Paeth (Heaven’s Gate, Virgo e principal produtor de bandas de Power Metal e Heavy Melódico). Também é o disco mais complexo, onde nós demos tudo de nós. Estamos muito satisfeitos apesar de tantos problemas que enfrentamos nos últimos tempos. Isto serviu de incentivo para nós fazermos nosso melhor disco.
RU – Bom, temos uma entrevista diferente, além da divulgação de seu último disco. Pois no Brasil, o Epica chega a ter um status de uma banda grande e há muitas coisas em cima da imagem, nome, visual e som da banda. Uma das desmistificações é sobre o rótulo de Gothic Metal. Apesar de errôneo, é o estilo do momento e qualquer banda onde tenha vocais femininos, teclados e que os músicos se vistam de preto, já é considerada como Gothic Metal. O que você tem a dizer sobre isso e se você acha que o Epica é uma banda de Gothic Metal.
Mark Jansen – Realmente isso é verdade. Também concordo que esse título Gothic Metal não tem muito a ver. É mais uma coisa das gravadoras mesmo e vou ser sincero, não me importo como chamam o Epica. Nós fazemos nossa música, gostamos de fazê-la.
RU – Pois até no lado visual, já está ficando maçante. Todas as bandas com mulheres vocalistas, elas vestem o mesmo tipo de roupa e vestido, o mesmo modelito. Parece que todas compram suas roupas em uma mesma loja! (risos) No Brasil, todas as meninas que curtem o “Gothic Metal” usam este mesmo tipo de roupa. Neste quesito, as que se diferenciam são a Simone e a Sharon den Adel (Within Temptation) e só agora, a nova vocal do Nightiwsh, Anette Olzon. O que você acha disso?
Mark Jansen – Realmente, em toda a moda, as pessoas tendem a se vestir igual, seja apenas para ir a uma festa até numa cena musical. Lembra do Grunge ou do New Metal? Todos se vestiam igual? Apesar de nos colocar neste rótulo, temos nosso próprio estilo de ser.
RU – E mesmo assim, a Simone é muito copiada por aqui. Aquela imagem da capa do We Will Take You With Us, onde os cabelos dela ficam esvoaçando ao vento e onde ao vivo, ela colocar um ventilador a sua frente? Isso pegou uma moda aqui que, 90% das bandas com mulheres no vocal, as vezes até de Death Metal, ficam copiando isso!
Mark Jansen – (risos) É uma honra sermos copiados, imitados e influenciarmos, mas não tanto desta forma! (risos)
RU – Ainda neste tema sobre o Epica no Brasil, você tem conhecimento de quantas bandas covers de vocês temos aqui?
Mark Jansen – Sim, são muitas! Quase toda semana recebemos uma mensagem de alguém do Brasil nos comunicando que montaram uma banda em homenagem a nós, pedindo autorização e apoio.
RU – Pois é, graças a vocês, quase não tenho mais ido em baladas aqui em São Paulo, pois quase toda noite, todo evento, toda casa tem uma banda cover do Epica, não agüento mais!
Mark Jansen – Eu te entendo. Prefira a original, aliás, acho que todos preferem no fundo, só assistem bandas covers quando não tiveram a oportunidade de ver a original ao vivo.
RU – Realmente, esta moda em cima de vocês começou depois da passagem da banda aqui no Brasil. Antes o pessoal curtia, mas não era essa febre. Falando nisso, quando vocês vêem ao Brasil?
Mark Jansen – Se tudo der certo, em março de 2008. Aí você pode ficar tranqüilo que com isso, diminui a intensidade de shows covers da gente! (risos)
RU – Aí é que você se engana! Numa mesma semana, tivemos aqui shows do Therion e do Marylin Manson. O que tivemos de shows covers deles aqui naquela semana, alguns até no mesmo dia, com o tipo de divulgação assim: “se você não tem dinheiro para ver o Anticristo, assista o show do Marylin Manson.cover”.
Mark Jansen – Vocês brasileiros são loucos... (risos)
RU – Em 2005, vocês vieram aqui abrindo para o Kamelot. Nem vou perguntar como foi, pois você vai falar que gostou que os nossos fãs são incríveis, que os brasileiros são os fãs mais loucos de Metal do Mundo, e etc. (risos)
Mark Jansen – E é verdade! (risos)
RU – Mas desta feita, em 2008, será uma turnê como headliners?
Mark Jansen – Sim! Desta vez teremos mais tempo para tocar, mais músicas e um repertório mais vasto e tentaremos fechar a maior quantidade de datas possíveis.
RU – Outra polêmica aqui, e gostaria de saber se você mesmo: por que você saiu do After Forever?
Mark Jansen – (suspira) Vamos lá mais uma vez.
RU – (Interrompendo) Desculpe-me, mas além de ser a primeira entrevista de sua banda para nossos leitores, isto nunca ficou esclarecido. Pois todos os sites e revista noticiaram sua saída, mas nenhuma revelou o motivo.
Mark Jansen – Bem, eu tinha composto já várias músicas para um próximo disco meu no After Forever, mas na hora de todos apresentarmos as idéias, houveram divergências quanto ao som no futuro da banda e sai, basicamente, aquelas famosas diferenças musicais.
RU – Isso é bom, para acabar de vez com tanta desinformação que anda pelos fãs da banda por aqui.
Mark Jansen – O que o pessoal no Brasil falou sobre isso aí?
RU – Nada de muito grave, mas um dos vários comentários foram que você saiu por você se separou de Floor.... (risos)
Mark Jansen – (mais risos) Sério?
RU – Sim, muita gente aqui achavam que vocês eram casados, por isso tinham o mesmo sobrenome. E tinha gente que xingava a Floor por ter se separado e ainda usar o sobrenome do ex-marido... E o pior, muitas destas coisas pararam na Internet.
Mark Jansen – E o que mais o pessoal falava?
RU – Bem outros diziam que você e Floor eram rivais dentro da banda e só havia espaço para um de vocês nela. Apesar de todos acharem que exista uma rivalidade direta entre vocês, o que é normal em membros saindo de suas antigas bandas como Sepultura e Soulfy, Angra e Shaman, Viper e Angra, Metallica e Megadeth, e etc, a maioria dos fãs de After Forever também são fãs de Epica e vice-versa!
Mark Jansen – Quem bom. Nesta parte eu gostei! Mostra uma grande civilidade. E o que muitos podem achar, não existe rivalidade entre nós do Epica e o After Forever, tanto que meu ex-companheiro de banda no AF, Sander Gommans, faz uma participação especial no disco.
RU – Este é o disco de estréia pela Nuclear Blast. Fale sobre a mudança de gravadora, da Transmission para a Nuclear Blast.
Mark Jansen – A Transmission foi uma boa gravadora para nós desde o começo. Mas a banda cresceu e eles não tinham condições de nos apoiar no patamar onde chegamos. Eles também estão com as atividades paralisadas, e a Nuclear Blast é um gigante dentro do Metal. Estamos muito satisfeitos com o trabalho deles! Agora nós vamos ter um trabalho a altura que os nossos fãs querem e merecem! |