Conexão Alemanha,
Finlândia e Suíça.
Entrevista: Júlio César Bocáter.
Foto: divulgação.
O Lacrimosa ainda é uma banda não tão conhecida no Brasil, apenas no meio mais específico Goth Rock/Metal. Eles tocarão aqui em julho e Tilo nos conta um pouco mais sobre esta triste e poética banda.
Conte-me sobre o começo do Lacrimosa.
Tilo Wolf – Eu comecei com o Lacrimosa em 90. Eu quis dar uma maior dimensão acerca de minhas letras e poesias sem planejar começar com uma banda através dos anos. Minha música sempre foi um tipo de espelho de minha alma e não fazer uma audiência particular. Eu nunca quis fundar a melhor banda do mundo, eu apenas quero expressar meus sentimentos. E isso eu chamo de Lacrimosa!
Conte-nos sobre Echos, seu último álbum.
Tilo Wolf – Echos é a história da evolução. È sobre os ecos do passado, para onde nós estamos hoje. Sem nosso próprio passado, nosso presente não seria possível. Nós precisamos conhecer nosso passado, nós precisamos descobrir os detalhes dele e precisamos refletir nós mesmos sobre ele. Somente nós podemos aprender a tomar as decisões certas para nosso futuro, que serão feitas do jeito certo aqui no presente. Em poucas palavras, este é o conteúdo de Echos.
O Lacrimosa é canta em alemão. Por que? E por que muitas bandas cantam no idioma nativo? Isso não pode fazer com que menos pessoas entendam e venham a conhecer a banda?
Tilo Wolf – O Lacrimosa não é uma banda alemã. Eu sou alemão, Anne Nurmi é finlandesa e nosso quartel-general é na Suíça. Nós somos mais de um tipo europeu de banda. Eu canto mais em alemão, porque é minha língua nativa e eu posso expressar melhor meu sentimento em minha própria língua, a exceção para certo tópicos, que fica melhor em inglês, como por exemplo, Copycat do álbum Inferno ou Darkness do álbum Live.
Por que tudo no Lacrimosa é em preto e branco?
Tilo Wolf – Cores são apenas reflexos da luz do sol. O preto e branco marca o contraste do que nosso olho humano pode ver. Entre o preto e o branco, há vários tons de cinza, que são responsáveis pela perspectiva de uma foto e ao mesmo tempo mostra a origem das coisas. Nós deixamos as cores livres do conteúdo principal.
Como você considera o estilo do Lacrimosa? Goth Rock or Gothic Metal?
Tilo Wolf – Para ser honesto, Lacrimosa é ambos e nada ao mesmo tempo. Mais provavelmente Gothic Metal, algumas vezes Gothic Rock, outras vezes Romantic Rock ou Classic Music. Lacrimosa é no fim de tudo, apenas sentimentos transformados em música.
No Brasil, seus fãs são mais de Goth Rock do que Goth Metal, o que você acha deste tipo de público?
Tilo Wolf – O Lacrimosa é um dos inventores do tão chamado Gothic Metal. Eu acho que o Gothic Metal é o caminho de evolução do tradicional Gothic Rock do presente para o futuro! Entretanto, eu não faço diferença entre a audiência! Se é um fã de Goth ou Metal que escuta Lacrimosa ou outro tipo de música, é somente a sua personalidade particular e não a minha!
Como você conseguiu a Anne Nurmi? Conte-me um pouco sobre a banda antiga dela, o Two Witches.
Tilo Wolf – Desde o começo do Lacrimosa eu estava procurando por uma voz feminina para transportar a versatilidade dos meus sentimentos da melhor maneira. No primeiro album, eu trabalhei com diferentes cantoras, mas nunca estive contente 100%. Em 93, eu estava em turnê e o Two Witches abriu para o Laccrimosa. Quando eu ouvi Anne Nurmi cantando no palco, eu sabia que esta voz seria o contrário de minha própria voz e que poderia transcrever o conteúdo do Lacrimosa perfeitamente.
Você e Anne vivem na Suíça. Vocês tem outros negócios além do Lacrimosa? Pois a Suíça não é um país com uma cena forte de Meta e Rock na Europa?
Tilo Wolf – Sim, nós temos o selo Hall Of Sermon, e quanto ao seu tamanho, a Suíça tem uma cena relativamente grande no Metal. Mas esta não é a razão porque vivemos na Suíça. Nós gostamos daqui, é um dos países mais bonitos do mundo e em poucos minutos eu estou na França ou na Alemanha e Itália.
Echoes é o disco mais triste do Lacrimosa, para mim. Você concorda? E Por que ele é assim?
Tilo Wolf – È verdade, Echos não é um álbum alegre. Eu escrevo o que sinto, e claro, quando eu sinto bem, sem estar down. Minhas poesias e minha música abrem o lado escuro da minha alma, e este é o resultado.
Para encerrar, como vocês fazem para reproduzir ao vivo as partes orquestradas e sinfônicas?
Tilo Wolf – Nós não precisamos... Você verá quando tocarmos aí! |