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MAKING OFF da segunda parte da 17ª Noites do Terror!

Segunda parte, pois de 26 março até 19 de maio ocorreu, excepcionalmente, a primeira parte do evento deste ano, aliás, a primeira vez em que o mesmo ocorreu no primeiro semestre!

Nesta segunda parte, será dada a continuação iniciada em março da obra A Divina Comédia de Dante Alighieri. Nesta segunda parte, será abordadas a Visões Satânicas , com o título Nem Adianta Tentar Escapar, Desta Vez É Pra Tremer!


Esculturas de dragão e cavalo

Em breve você vai ver a cobertura de mais este macabro evento!

Nesta matéria, você vai ter uma abrangência diferente deste acontecimento: você vai saber dos bastidores das Noites do Terror! Isso mesmo! Entrevistamos várias pessoas que trabalham na produção do evento e eles nos contam um pouco de como tudo é planejado, como tudo chega a ficar do jeito que você vê no parque e vários pormenores, além de detalhes sobre esta edição específica e sobre o futuro do parque.

A gerente de marketing do parque, Laura Rocha, conta com entusiasmo como é feito seu trabalho. “Desde janeiro, já começamos a trabalhar nas Noites do Terror do mesmo ano! Pode parecer muito tempo, mas não é, já que envolve centenas, milhares de pessoas direta e indiretamente. São muitas pessoas envolvidas, empregos temporários e muitas agências e empresas trabalhando em conjunto. Inclusive, muitas destas empresas foram criadas á partir do surgimento das Noites do Terror e algumas delas existem apenas para prestar serviços para este evento.”

Com tamanho trabalho, preocupação, demanda de tempo e dinheiro, além do sucesso evidente, seria as Noites do Terror, hoje, o carro-chefe do Playcenter? “Sem dúvida”, diz ela. Mas isto não implica que o parque sobreviva apenas do evento. Ela é taxativa nisso. “De forma alguma! É nosso principal evento, sem dúvida, é nosso pico, mas não é só disso que o parque vive. Procuramos fazer o ano todo o parque “bombar” com promoções e outros eventos. Historicamente, nossos melhores meses são, sem dúvida e sempre foram, janeiro e julho, período de férias escolares. Agosto sempre foi um dos meses mais fracos, por isso, foi criada as Noites do Terror, para suplantar este período de baixa visitação no parque. Hoje, agosto e setembro chegam as vezes a superar janeiro e julho.”

E nos demais meses? “Em março, o parque nem abria anos atrás, depois isso mudou e neste ano fizemos a primeira parte das Noites do Terror nos meses de março, abril e maio. Em junho temos a Festa Junina no Parque e em outubro e novembro, teremos a segunda edição do Halloween Kids”, conta Laura. Voltando às Noites do Terror, perguntamos à ela se esta primeira parte das Noites entre março e maio acontecerá todos os anos. “Não sabemos ainda” rebate a gerente. “neste ano, tivemos a idéia de fazer isso por vários motivos. Primeiro, para ser uma maneira de deixar nossa marca em 2004, ano em que a cidade de São Paulo completa 450 anos. Segundo, por ser um ano bissexto, e em todo ano bissexto tem histórias de ser um ano de azar e tal. E por último, como escolhemos a obra da Divina Comédia , e pela obra ser extensa, então tudo se encaixou para que fizéssemos o evento em duas partes” conclui Laura. E continua! “Como já havia dito, começamos a trabalhar ns Noites do Terror de agosto já em janeiro do mesmo ano. Imagine então, fazer uma edição em março! Foi uma loucura!” ri a gerente ao lembrar e citar fatos do estresse que foi esta decisão. Mas será que compensou? “Sem dúvida! Mas isto não significa que faremos isso no ano que vem e no futuro. Na verdade, em 2001, voltaríamos com o horário noturno, como era no começo das Noites, com o parque abrindo mais tarde e fechando mais tarde ainda! Só que justo em 2001 ocorreu o apagão, e de lá para cá, a tarifa da luz aumentou muito, inviabilizando qualquer investida. Mas neste ano estávamos decididos a voltar com esse projeto de estendermos as Noites para mais tarde, atingindo um público adulto, que ficou um pouco de lado nos últimos anos, mas como surgiu a idéia de fazermos duas edições, então deixamos de lado. Mas é muito provável que mudemos o horário de funcionamento no ano que vem, mas tudo é projeto, ainda não sabemos. Só quando passar o dia 3 de outubro, quando o evento se encerra, que faremos um balanço do evento como um todo e em janeiro de 2005 decidiremos!” diz enfática a simpática Laura! Aliás, diga-se de passagem, simpatia é quase uma unanimidade entre as pessoas que trabalham nos bastidores do parque.


Os Anjos Demoníacos

O Dom Pedro que virou A Morte

Falando na parte criativa, perguntamos à ela como é feito todo o processo: desde a escolha do tema, como será feita a decoração do parque para aquele ano e como serão estilizados os monstros, a razão de ser das Noites. “Somos nós mesmos que nos reunimos e escolhemos um tema para o evento e como ele vai ser desenvolvido” desmistificando qualquer idéia que possamos ter, imaginando que seriam marketeiros, pesquisas de opinião, ou as próprias empresas contratadas que fariam isso.

E será que as pessoas que vão ao parque entendem a mensagem? “Nem sempre” emenda Laura “a escolha de um tema é importante para nos guiar e orientar para fazer as Noites de cada ano. É preciso um tema para que haja uma coerência entre os monstros, palco, decoração e etc, e até para que passemos uma orientação para como as agências devem trabalhar. Mesmo que nem todos os visitantes entendam, para nós é importante o tema e também que ele não se repita” conclui a gerente.

“Óbvio que levamos em conta a opinião do público e de vocês da imprensa, mas somos nós mesmos do parque que decidimos tudo”. “Escolhemos o tema e os publicitários apenas se encarregam de fazer a divulgação do evento. Quanto às agências que trabalham conosco, de decoração, de atores, de labirintos, cenografia, palco e etc., nós entregamos direto a eles o tema pronto e como ele deve ser desenvolvido, com detalhes. Aí eles nos trazem duas idéias, e juntos discutimos e damos o aval” conta ela. Em 2003, houveram mudanças significativas nas Noites do Terror: a mudança da agência de publicidade e a mudança do rumo que o próprio evento tomou. Por que a agência Agnelo Pacheco, que esteve desde o começo, há 15 anos, não está mais trabalhando com as Noites? “Bem, tivemos várias reuniões sobre o assunto e decidimos mudar o enfoque de divulgar as Noites do Terror”. E quanto a mudança de temas, visto que desde o ano passado, o Playcenter passou a abordar temas históricos nas Noites, dispensando personagens do cinema, tão conhecidos e amados pelo público? “Isso é outra história. Nós achamos que aquele terror tradicional, com bruxas, vampiros, esqueletos e figuras do cinema, como Jason, Freddy, Chuck e etc. estavam ficando batidos. Eles começaram a ficar mais como spots para se fotografar do que monstros para assustar os visitantes!” ri Laura. “Por isso” continua, “escolhemos temas diferentes. Em 2003, resolvemos escolher a Idade Média como tema, e definitivamente estas figuras não se encaixavam no tema, então, eles ficaram de lado, apesar de ainda continuarem presentes do Castelo dos Horrores. Engana-se que foi a equipe nova de marketing, do Banco de Eventos, quem teve essa idéia. Por mudarmos nosso enfoque, que mudamos de agência de Marketing”.

Mas como diria o carnavalesco Babú Energia, que faz as esculturas para as Noites, “nem tudo está perdido”. Pois, apesar do tema de Dante Alighieri também não combinar com estas personagens, nesta segunda parte que originalmente se intitularia Visões Satânicas (que foi abandonado por ser considerado muito forte, mas que vai guiar esta segunda parte desta edição) elas estão de volta! “Resolvemos fazer isso pelo público pedir e gostar tanto delas, e também por elas se encaixarem com o tema das Visões Satânicas . Como estas visões vão ter as criaturas mais horrendas que se possa imaginar, então estas figurinhas carimbadas estarão de volta! Até porque, como vamos retratar o inferno, elas fazem parte e moram no Inferno”.

O parque será dividido em três partes, em que é dividida a obra de Dante: Inferno, Purgatório e Paraíso. Em março, foi aberto o Portal do Inferno , nome da primeira parte, e o enfoque daquela edição foi este impasse de atravessar o portal que dá acesso ao Inferno. “Tudo o que fazemos é para honrar nossa tradição no evento em que somos os pioneiros. Em outros lugares do mundo, os parques de diversões realizam eventos do tipo das Noites do Terror, mas todas elas na época de Halloween, em outubro. Quando elas sabem que fazemos este “Halloween fora de época” como eles chamam as nossas Noites, ficam loucos, como o Brasil pode fazer isso e de maneira tão eficiente. O que nos ajuda a fazer tudo isso em agosto é que, além de termos começado o evento neste mês, por causa do período fraco do parque, no Brasil costumamos chamar agosto de o mês das bruxas, o mês do cachorro-louco e o mês do azar e mau agouro, com vários acontecimentos ruins. Por isso, agosto é um mês propício para um evento como as Noites do Terror!

Para finalizar, falando em Halloween, no ano passado foi realizada primeira edição do Halloween Kids do Playcenter. Como foi a repercussão deste evento e ele será realizado de novo? “A repercussão foi excelente e neste ano teremos de novo sim, ele já está na nossa agenda de eventos fixos do parque. Além de aproveitarmos muita coisa das Noites, muitos elementos que não usamos mais em agosto e setembro, se fazem presentes no Halloween Kids, que tem um enfoque mais infanto-juvenil. Alguns exemplos disso são a Família Adams, que não estão mais nas Noites, mas sim no Halloween Kids e também aquelas bruxas enormes, rindo, movimentando a cabeça e mexendo seu caldeirão. Elas ficavam antes na marginal e eram símbolos das Noites em anos passados. Agora, elas estarão no Halloween Kids” conclui Laura Rocha. Mas isto é conversa para outubro, pois agora em agosto, o que vale é a Noites do Terror. E desta vez, é para tremer... que horror!

Babú Energia


Babú e as esculturas feitas com gosma

Babú e outra escultura

Esta é uma personagem folclórica. Carnavalesco, foi responsável pela ascensão do Peruche de volta para o grupo principal das escolas de samba de São Paulo. Trabalhou na Acadêmicos do Tatuapé, trazendo-a para o grupo especial e fazendo-a ficar em nono lugar em 2004, na frente de escolas tradicionais, com Vai-Vai e Leandro de Itaquera. Agora, já está trabalhando na Barroca da Zona Sul e promete fazer muito barulho por lá.

Auto-intitulado como “carnavalesco do demônio” por seus trabalhos nas Noites do Terror, é um dos únicos que consegue trazer a magia das passarelas de desfile das escolas de samba para o terror, sem soar caricato nem fantasioso. Ele trabalhou nas edições de 2001 e 2002. Em 2003, pelo seu intenso trabalho na Tatuapé, não trabalhou no Playcenter, bem como na primeira edição do evento deste ano, mas está de volta agora em agosto!

Desta vez, ele vai espalhar pelo parque nada menos do que 100 esculturas! Todas elas medindo entre 3 e 8 metros de altura! “Isto é de propósito, pois além destas enormes esculturas intimidar as pessoas, fica difícil depreda-las. Eu via nos anos anteriores o pessoal destruindo as decorações do parque, e dificilmente uma pessoa vai se assustar ou se impressionar com uma maquete do tamanho da pessoa. Com uma coisa bem maior, isso intimida a pessoa!”

O material que Babú usa é dele mesmo, que ele leva e usa nas escolas de samba onde trabalha e leva para o parque. As esculturas são a maioria feitas de isopor, revestidas por uma casca dura e com uma espécie de gosma feita por resto de lixo, criada pelo próprio Babú. Ele recicla tudo, desde copinhos de plástico até tubos de pvc.

Além do que, muitas esculturas carnavalescas são reaproveitadas, sendo re-estilizadas. “Por exemplo, uma escultura de Dom Pedro, reaproveitei e fiz uma morte! Outros dois guardas egípcios fiz dois guardiões do inferno!”

Ao contrário da primeira edição das Noites deste ano, onde não houve sangue nem nas decorações e nem nos atores, agora em agosto, muito sangue vai jorrar. Até na parte do parque onde se intitula Paraíso, os anjos lá presentes são diabólicos. “Eu fiquei traumatizado na última vez que trabalhei nas Noites... rs... eu tinha colocado dois anjos na entrada, lindo, em azul, mostrando que nem tudo estava perdido, mas ninguém entendeu nada. As pessoas preferiam tirar fotos de um satanás enorme que eu tinha feito e ninguém ligava para os anjos. Então, desta radicalizei!”

Como o Inferno é a principal corrente desta edição e a organização decidiu escolher um tema mais trash, Babú vai atrás. Quem for ao parque vai sentir tudo isto de perto, inclusive com pequenas caretas e carrancas, que segundo Babú, serão colocadas ao longo do trajeto do Trem Fantasma. Onde ficava o palco nos últimos anos, será feito um enorme cemitério e o palco volta ao lugar de antigamente, ao lado da entrada das excursões. No palco, segundo Babú, será o nascimento do filho do demônio. No antigo cemitério, será o paraíso. O inferno, na parte maior do parque e o purgatório, na parte aberta do parque, onde tem a Roda Panorâmica. “O Playcenter me dá total liberdade para a criação das esculturas. Eles apenas me dão uma direção para o que fazer e em que lugares do parque eles querem determinadas coisas e determinados efeitos. Claro, se eu fizer alguma coisa fora do tema pedido, eles vetam, mas se estiver dentro do que eles querem, eu posso viajar a vontade.”

Babú tem muito trabalho a fazer. Esta entrevista foi feita 11 dias antes do evento começar. Uma dezena de esculturas já estava espalhada pelo parque, mas a maioria ainda estava por colocar. Algumas já estavam prontas, outras ainda por finalizar, mas só uma parte estava sendo feita no próprio parque. A maioria estava sendo produzida no barracão da Barroca. A equipe de Babú consiste em 15 pessoas e outras 30 trabalhando indiretamente. “Eu, a Barroca e o Playventer, estamos fazendo uma importante parceria social, que todos saberão melhore quando chegar o carnaval. É essa cooperação entre a empresa, que faz destas Noites do Terror uma das coisas mais especiais que já fiz, e que vai causar rebuliço no próximo carnaval!”