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Leve Um Souvenir Deles!

Entrevista: Júlio César Bocáter.
Foto: divulgação.
O holandês The Gathering mudou muito ao longo dos anos, mas ainda possui muitos fãs da sua atual fase mais Progressiva. Confira o que a vocalista Anneke Van Giersbergen tem a dizer sobre isso.

Como foi para você fazer parte de uma banda que era pioneira no que fazia introduzindo vocal feminino e teclados na música extrema. Foi díficil encaixar seu vocal à música?
Anneke Van Giersbergen – Não, foi fácil porque eu cantava rock e eles também faziam um som atmosférico e com teclados melódicos, então para mim foi muito fácil encaixar meus vocais à melodia das guitarras e teclados ainda que eu não cantasse alto.

Quando você entrou, a banda mudou um pouco sua concepção de música e, quando do lançamento do álbum Madylion. Além de sua voz, quais foram outras influências que você trouxe para a banda?
Anneke Van Giersbergen – A banda já tinha feito suas músicas quando eu entrei então eles não mudaram por minha causa. Eles tiveram muito tempo entre o segundo álbum e Mandylion, e eles já estavam procurando fazer uma música mais melódica, então quando entrei apenas inclui algumas letras e as linhas vocálicas. Mas é claro, eu fui a primeira voz feminina na banda então é claro que houve algumas mudanças por conta disso, mas não afetou muito nas composições.

Quando você entrou para a banda, muitos começaram a rotulá-la como Gothic Metal e muitas bandas como Theatre of Tragedy, Lacuna Coil e Nightwish se diziam influenciadas por esse estilo. Você acha que o The Gathering influenciou essas bandas e o que você pensa sobre elas?

Anneke Van Giersbergen – Algumas dessas bandas realmente foram influenciadas por nossa música por que gostavam dela e é uma grande honra para nós que as pessoas se sintam influenciadas por nosso trabalho, apesar de alguma delas soarem bem mais pesadas e fazerem um trabalho um pouco diferente. Algumas delas eu gosto, como Lacuna Coil, são bons músicos e fazem um trabalho muito legal.

A música da banda era chamada Gothic metal por causa de sua densa e pesada atmosfera. Com o passar dos anos e com o lançamento do álbum How To Measure a Planet? vocês começaram a incluir elementos eletrônicos as canções e hoje, como podemOs notar em Souvenirs, elas soam mais como Rock Progressivo ou Trip Rock, como vocês se auto-intitulam. Isso foi intencional ou foi uma necessidade de mercado, já que outras bandas fizeram o mesmo?
Anneke Van Giersbergen – Não, nós nunca nos preocupamos em fazer algo comercial para vendar mais CDs. Quando nós estamos compondo, nós nunca pensamos no que está acontecendo musicalmente por aí. As influências vêm de fora, claro, como músicas atuais, antigas, de livros, de filmes e da vida cotidiana e isso tudo é inspiração para nossa música. É claro que procuramos fazer coisas diferentes a cada álbum, pois isso é bastante interessante para nós testarmos novas sonoridades e aprender mais.

Depois do lançamento do disco ao vivo Superheat, pareceu-nos que a banda não estava mais em evidência; pelo menos isso aconteceu aqui no Brasil. Você acha que isso aconteceu porque vocês deixaram a Century Media?
Anneke Van Giersbergen – Não, eu não acho. Depois do lançamento do disco ao vivo nós ainda estávamos na Century Media. Eu acho que isso acontece porque as vezes se é mais popular com um disco e nem tanto com outro já que a cada trabalho as músicas soam diferentes do trabalho anterior.

Porque vocês sairam da Century Media e criaram seu próprio selo. Você acha que podem promover a banda mais do que eles estavam fazendo?
Anneke Van Giersbergen – Sim. Nós saímos porque não estávamos nos sentindo confortáveis com o contrato e, depois de falar com outras gravadoras e selos menores, decidimos fazer isso por nós mesmos, pois nos sentimos livres para fazer negócios e, eu acho que ainda vendemos muitos discos. Acho que foi uma decisão acertada.

Vamos falar sobre Souvenirs: Como foi o processo de composição, produção e lírico?
Anneke Van Giersbergen – Nós começamos a compor quando estávamos em turnê para promover o álbum If Then Else. Nós tínhamos muitas idéias para mais ou menos vinte músicas então nós procuramos selecionar quais eram as melhores para iniciarmos o processo de composição. As idéias vieram quando nós estávamos em turnê, vendo pessoas de outros países. Isso nos dá muita inspiração assim como nossa casa e nossos amigos.

Existe alguma possibilidade de vocês tocarem América do Sul, principalmente Brasil?
Anneke Van Giersbergen – É muito difícil arranjar bons shows em sua região. Mas, nós temos bons contatos e bons promotores e, nós realmente gostaríamos de tocar aí. Nós nem somos muito exigentes e seria muito, muito bom poder tocar no Brasil