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Escolha: qual a sua fase preferida?

Entrevista: Júlio César Bocáter.
Outra das bandas que não esperava ver no Brasil, mas veio, devido a resposta que obteve do público. Lembro que quando do lançamento do Hellion Collection volume 2 no final de 99, em conversa com a Ângela (na época, assessora de imprensa da gravadora Hellion e hoje toca o selo com o Moisés), foi-nos proposto para tal sorteio que fizéssemos uma enquête para saber que banda o público queira ver no Brasil (do selo). E disse de cara à ela que o público queria ver o Tristania e comentei que desde que ouvi, percebi ser um novo fenômeno. Na pesquisa deu Tristania na cabeça, assim como em outras revistas. Depois de tr~es ótimos CD´s lançados e uma grande divulgação a Hellion trás a banda para tocar na Via Funchal! E concedeu-nos esta entrevista e merecidamente a capa desta edição. Confira o que Vibeke e os novos vocais, Osten Bergoy e Kjetil Ingebrethsen, junto de Einar Moen (K), Anders H. Hidle (G), os dois são os mais falantes e líderes depois da saída de Mortem, akém de terem composto todas as músicas de World Of Glass e o primeiro quase todas as letras, dividindo com Osten Bergoy. Ainda completam os enigmáticos Kenneth Olsson (D – nome de jogador de futebol) e o Obelix do Goth Metal, Rune Osterhus (B).

Creio que o que pergunto é dúvida de todos e vocês devem estar cansados de responder, mas é inevitável. Por que Mortem Veland saiu, por que chamaram Ronny Thorsen do Trail Of Tears para os gravar os vocais e porque não esperaram a efetivação de Kjetil Ingebrethsen para que ele gravasse World Of Glass?
Anders H. Hidle – Tínhamos que gravar o CD e ainda não tínhamos escolhido o substituto de Morten, então recorremos ao Ronny que é nosso amigo e fez um grande trabalho. Mortem saiu no meio das gravações e por questão de gravadora, tínhamos um prazo para gravar o CD. Quando chamamos Ronny, as músicas já estavam prontas, ele apenas encaixou sua voz. Foi uma pena pois menos de dois meses depois já tínhamos achado o Kjetil.

No Brasil vocês atingiram status de praticamente banda grande. Seus discos vendem bem e irão tocar numa das maiores casas de shows daqui. Há algum outro país que vocês tenham esta receptividade?
Anders H. Hidle – Bem, a cena Gótica na Noruega é pequena, lá o que prevalece é o Black Metal. O maior mercado do estilo é a Alemanha, assim como nosso maior público. Inclusive já tocamos com o Lacrimosa e são pessoas legais. O mesmo ocorre com o Theatre Of Tragedy, que é quase da mesma cidade nossa e tem maior mercado na Alemanha. E também na Bélgica e Holanda, países de já tradição neste tipo de música.

As capas são belas e parecem conceituais. Como elas são concebidas?
Anders H. Hidle – Sinto lhe dizer, mas as capas são feitas exclusivamente pela gravadora, não temos domínio algum sobre elas. (risos) Mas concordo com você, elas realmente são bonitas e de certa forma retratam nossa música. A capa de World Of Glass representa o que falamos, que é a fragilidade do nosso mundo. Inclusive nosso disco saiu próximo daquele 11 de setembro, mas não tem nada a ver as músicas com aquilo, pois já estavam prontas. Apesar de nós aprovarmos ou não as capas, não ligamos muito para isso.

A temática da banda é para o lado profano. De onde se inspiram (Nota do E: se enganam aqueles que acham que a banda fale de satanismo, de morte, viking, épico, etc.).
Anders H. Hidle – Nada em específico, nos inspiramos em qualquer coisa depois que acabamos uma turnê, já que ficamos de ressaca e é impossível compor qualquer coisa! (risos) 

De onde vieram os vocalistas antes de entrarem para o Tristania?
Osten Bergoy – Eu tocava numa banda de Gothic Rock estilo Sisters Of Mercy, chamada Mirandus.
Kjetil Ingebrethsen – Eu tocava numa banda de HC Metal chamada Blind Folded, com influência de Sepultura, Pantera e Machine Head.
Vibeke Stene – Eu estudava na mesma escola da ex-namorada do Kenneth e eu já fazia aula de canto clássico. Eles pediram uma demo minha, eles gostaram e entrei para a banda.
Einar Moen – Ultimamente esse lance da “bela e a fera” no Goth Metal virou uma febre. E as gravadoras estão apostando forte nisso, mas muitas delas ninguém vai conhecer, pois só vão ficar as originais. Nosso caso foi natural, pois para nós não importa se quem está cantando é uma mulher ou homem.

Como a banda faz para reproduzir ao vivo todos aqueles coros e violinos?
Anders H. Hidle – As partes mais dramáticas da música tentamos reproduzir ao vivo. Tentamos com nossos instrumentos e vozes encobrir estes possíveis buracos, e o que não podemos encobrir são preenchidos com samples mesmo.

Duas curiosidades para vocês. A primeira: toda vez que recebia da gravadora um CD do Tristania, chovia e o tempo esfriava! E quase todas as vezes que escuto um CD do Tristania, ou chove, ou esfria ou o tempo fica nublado!
Anders H. Hidle – Sério? (risos) Não sabíamos que tínhamos o poder de transformar o tempo! (risos)

Tanto que antes de vocês virem ao Brasil, estava fazendo um calor de quase 40 graus e desde que chegaram não para de chover e está frio! (risos)
Anders H. Hidle – É mesmo, tinha até comentado com o resto da banda que estava estranhando, pois pensávamos que o Brasil fosse mais quente! (risos) A culpa é nossa então? (risos)

E a segunda curiosidade. Nas Noites do Terror sempre tocam músicas macabras na abertura e em 2001 tocaram o começo de Even Fall e Beyond The Veil ! (NotadoE: explicamos mais ou menos o que é a Noites do terror, apesar de ser um tipo de evento comum na Europa e EUA, principalmente na época de Halloween)
Vibeke Stene – Sério? Legal, e vocês poderiam nos levar á esse parque? Quando isso acontece?

O parque fica aberto o ano todo, mas este evento só tem em agosto e setembro...
Vibeke Stene – Ah, vou chorar, fiquei com vontade de ir...

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