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SUNSETH MIDNIGHT COVENANT
Skyshaper Hellion – nac. Temos uma grande banda de música eletrônica. Não muito original, é verdade, mas ainda assim bem legal. Também é verdade que eles poderiam ter trazido algo novo, por terem vindo de uma outra cena, a do Black Metal nesse caso. No entanto, tudo isso se faz necessário explicar, até porque essa ex-banda de Black Metal NÃO é o Covenant com Skyshaper nessa resenha, pois muitos estão achando serem os mesmos. Este Covenant (que confusão), já fazia esse tipo de som antigamente, e o trio sueco desce a lenha na EBM (ficando o Kovenant norueguês mais para o Industrial mesmo). O estilo com muitos sintetizadores, loops, samples, com o vocal grave e sombrio de Eskil Simonsson, dando um clima de anos 80. Sim, são mais uma banda que adota a Old School EBM como direcionamento musical. Ainda assim, eles fazem de tudo como tantos chamam hoje, como Future Pop, Electro Pop e etc. Destaques para as estranhas (essa é a intenção do grupo) Happy Man, Brave New World e Sweet & Salty. Apesar de tantas influências, eles não chegam na Darkwave. Para quem é fã deste tipo de música, vai comprá-lo de olhos fechados, ou melhor, de ouvidos tapados, pois sabe o que está levando. AD – 8,0 IN STRICT CONFIDENCE Exile Paradise Hellion – nac. Mais uma banda Dark Gótica saindo no Brasil. Enfim, as gravadoras daqui começam a apostar em bandas do estilo, sabedoras que temos um grande público e potencial consumidor para tanto. Exile Paradise é um disco pesado, frio, climático, com atmosfera Dark, soturna e taciturna. A banda possui dois vocalistas: Dennis Ostermann (que pra variar, segue a escola de Andrew Eldritch, do Sisters Of Mercy) e Antje Schulz, limpo, mas nem tanto lírico. Enfim, e aqui vai a polemica. Qual é o estilo do In Strict Confidence? Industrial? EBM? Darkwave? Só Dark? Gótico? Metal? Ou algum daqueles 300 rótulos estapafúrdios que inventaram de uns anos para cá? O que interessa é que Exile Paradise é sombrio e dá para se dançar legal em uma pista. Destaques para Promised Land, Forbidden Fruit, Der Teufel e a instrumental In Favilla. AD – 7,0 |
HIM Venus Doom Warner – nac. Tem bandas que têm uma sonoridade ímpar e se tornam influentes, mesmo nós, jornalistas, insistindo em comparar e rotular. Os finlandeses do HIM é um destes casos. Sim, pois a banda já foi chamada de Gothic Metal, Gothic Rock, Love Metal (este título foram eles mesmos que inventaram) e até de Emo Goth ou Pop Dark. Chame-os do que quiser. Eles são um pouco de tudo isso, pois são sombrios e obscuros por essência, então são Goth e Dark. Também são Metal sim, pois são pesados e até arriscaria a dizer um pouco Hard (mas não tanto quanto o Glam do The 69 Eyes, outra Goth band da Finlândia que mistura o Dark, o Metal e o Hard). Até Emo, pois tem algumas passagens bem emocionais, mas longe da chatice e breguice dos NX Zero’s da vida. E Pop, pois conseguem fazer músicas acessíveis e de qualidade. Na Europa, eles são Deuses, nos EUA são desconhecidos, pois lá só pode fazer sucesso que fizer música negra ou fazer letras de sacanagem. E no Brasil, eles são conhecidos ainda só para os iniciados na música obscura. Mas temos que reverter este quadro e Venus Doom chega para isso mesmo, no disco mais arriscado de sua carreira, com várias passagens de (pasmem) Doom Metal (isso mesmo!). A faixa-título mostra algo disso, ainda bem melódica (como todas as outras daqui e da carreira da banda), podendo estar no Love Metal (o disco, que gerou o auto-rótulo do grupo). Love In Cold Blood, é comercial também, bem Goth, mas as guitarras baixas e lentas, dão esse ar de Doom, deixando sua música ainda mais sombria. O lado Doom se faz mais forte ainda em Kiss Of Dawn, lembrando o final dos anos 90 das bandas inglesas do estilo. Por isso também, no começo de Sleepwalking Past Hope temos uma guitarra gordurosa à Cathedral, bem Stoner, ficando mais sublime depois em seu refrão. A faixa tem mais de nove minutos de duração e várias mudanças de andamento, indo dos estilos citados até o mais puro Gothic Rock oitentista. E assim vão se alternando as faixas seguintes, Dead Lovers´ Lane, Song Or Suicide, Bleed Well e Cyanide Sun. Excelente! JCB – 8,5 PHOENIX REIGN Destination Unknown Independente – imp. Que nostalgia... Ao receber o pacote desta banda, me remeteu ao primeiro material importado que recebi, diretamente da banda suíça Excelsis, o grande CD Kurt Of Koppigen (que saiu anos depois aqui via Rock Brigade, com influência sugestiva nossa, pois ajudamos a promover a banda na época, em que éramos ainda fanzine apenas). A capa e encarte medieval de época, o luxuoso press kit, com releases, recortes, fotos profissionais e pasta personalizada, enfim, tudo remeteu ao primeiro material que recebi fora do Brasil. Mas as comparações acabam por aqui, pois o Phoenix Reign tem vocais femininos, está longe do Power Metal épico do Excelsis. A banda aqui executa Metal Melódico, com uma aura Gótica e influências e elementos discretamente Progressivos, tendo uma técnica razoável, quase virtuosa e passagens intrincadas. Quer ter uma referência? O After Forever! A banda vai odiar essa comparação, pois nitidamente, eles galgam um estilo próprio, e querem seguir outra linha. Mas é isso. O disco é bom, mas falta um melhor arranjo e acabamento nas músicas. Vale conhecer. JCB – 7,0 THE FALL Reformation Post TLC Dynamo – nac. Vou ser sincera, nunca imaginei na minha vida que teríamos no Brasil um disco do The Fall lançado de novo. Muita gente acha que não vai vingar, mas a Dynamo foi corajosa, bastando fazer uma divulgação legal no meio Dark e Gótico. Até para que a molecada de hoje conheça essa banda. Apesar do The Fall não ser Dark literalmente, a banda tem muitos fãs desse estilo, pela sua música ser fria, introspectiva, controvertida, também Cold Wave, vinda da fria e profícua cena de Manchester, antes mesmo do Stone Roses ganhar o mundo no final dos anos 80. A banda voltou a algum tempo e com esse disco, Reformation Post TLC, vem para o lugar de onde nunca deveria ter saído. A banda já está fazendo bom sucesso na Europa e só falta de novo ter o mesmo êxito aqui, e que venha além de ser apenas uma banda cult. Aquele jeitão típico deles, bem despretensioso, aparece em Reformation!, bem Post Punk, quase Punk, com as letras faladas ao estilo Sex Pistols, guitarra minimalista, com poucos riffs repetidos à exaustão, como que gerando um mantra num ritmo hipnótico, fazendo você dançar sem parar em seus mais de sete minutos de extensão. A anarquia (musicalmente ao menos) Dark continua com Fall Sound. White Line Fever tem um ar mais Folk, lembrando alguns momentos do Bob Dylan no começo de carreira. A displicência setentista e despojada continua com My Door Is Never e até vozes femininas, que remetem à vocalistas do ano 70 em The Wright Stuuf, com um órgão estilo Hammond ao fundo, dando um ar mais vampírico, lembrando muito o The Damned. Uma certa semelhança ainda com as mudanças de andamento e aquele Thu-ru-ru, Thu-ru-ru de Walk On The Wild Side de Lou Reed. Ao ouvir a realmente esquisita Das Boat, começo a rir sozinho, imaginando a cara de muitos colegas de imprensa ao ouvir este CD para resenha. O que eles dirão? Muito da parte gótica, sequer ouviram falar desta banda, a não ser os mais antigos e poucos novatos realmente interessados. A maioria deles acha que o Lacrimosa quem inventou música sombria e quase todos acham que só é sombrio se é “gótico”. E o pessoal do Metal, vai falar qual abobrinha do The Fall? Que são mais uma nova banda de Gothic Metal? Quá-quá-quá! O The Fall é uma das poucas bandas restantes sem ter um estilo definido. Hoje o cara monta uma banda assim: “vamos fazer Gothic Metal com vocais” femininos. O pessoal acha que a criatividade pode ser encaixotada ou enlatada como qualquer outro produto. Por isso, tanta banda e disco derivativo hoje em dia – quase nada é espontâneo, senão, o que os “reais” vão dizer? JCB – 9,0 EISBRECHER Antikorper Rock Brigade/Laser Company – nac. Já é tradição na Alemanha, surgiram cenas e bandas eletrônicas de lá. Seja no Industrial Rock, ou Metal Industrial (Rammstein é o mais gigante exemplo), seja na EBM, Darkwave e afins. Este Antikorper é o segundo full lenght desta banda formada em 2002 na Alemanha, que debutou em 2004 com um disco homônimo. A sua música tem muito de Metal e de Dark, pois é pesada e sombria. A voz é tenebrosa, as guitarras são pesadas e fabris (Industriais) e a cozinha é eletrônica e a programação geral rola solta. Feito par dançar também, além de se apreciar, Antikorper é composto de 13 faixas em mais de 50 minutos de duração. A banda já devasta a terra dos Godos faz tempo, agora só falta a América do Sul, mas a invasão já começou! O CD ainda tem uma faixa multi-media com o clipe de Vergissmeinnicth. A banda é: Alexx (V), Noel Pix (G/programação), Felix (G), Miguel (B), Renee (D) e Maximator (D/programação). Destaques: Leider, Ohne Dich, Kein Mitleid e Vergissmeinnicth. AD – 8,0 EBONY ARK Decoder 2.0 Hellion – nac. O Ebony Ark é uma banda da Espanha ainda desconhecida no Brasil. O grupo começou em 2002 e debutaram com Decoder, resenhado aqui pela gente. A banda ainda prima por fazer um Goth Metal com uma forte pegada Prog, mais ou menos como o After Forever fazia antes de seu último disco. Agora em Decoder 2.0, a banda acerta melhor o seu caminho, ainda que siga o mesmo estilo e ainda que não traga um grande diferencial para as demais bandas do segmento. A banda possui vocais femininos, a cargo de Beatriz Albert e os destaques são Humans Or Beasts?, Desire e Thorn, sendo Seaching For An Answer a melhor mesmo, tendo uma versão em espanhol dela mesmo, intitulada A Merce De La Lluvia. Melhor que o debut, mas falta algo mais. RS – 7,0 |