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SUNSETH MIDNIGHT
Sun Seth
Hellion – nac.
Grande banda nacional que está causando furor na cena Dark Gótica no Brasil. Ok que seus músicos são (ou eram, pois houve várias mudanças em sua formação) redatores de uma grande revista nacional, então só isso chama atenção, bem como terão muito espaço. Mas a banda convence, e apesar da pompa, temos que ressaltar alguns pontos negativos: a produção de Sun Seth é muito baixa e grave e a banda insiste (ainda bem que apenas nas introduções de algumas faixas apenas) em colocar barulhinhos eletrônicos irritantes, meio dançantes. A banda não faz Industrial, Synthpop, Technopop nem EBM para isso. E ainda dispensando a “dispensável” intro, o resto é só bola dentro! Stop Haunting Me abre no melhor estilo Gothic Metal com vocais masculinos em voga hoje. Aliás, a banda aposta mais no estilo Goth finlandês de bandas como HIM, The 69 Eyes e Sentenced do que o forjado em outros países. Até porque, nesse Glam Goth do 69 Eyes, eles resgatam um pouco em seu som, com algumas pegadas de Hard Rock, muito bem feitas e encaixadas. The Night’s Still Young tem passagens que remetem ao Love Metal do HIM, já Where I Belong poderia estar no Devils do The 69 Eyes: grave, cadenciada (mas não lenta), densa e próxima ao Dark Rock dos anos 80, com elementos do Glam dos anos 70. Já Bleed Me seria um Evanescence com vocais masculinos, pela sua entrada com elementos modernos e atuais. Just An illusion vai na escola Sentenced e Loneliness é a mais dançante, mais Industrial, mais eletro, com vocais a cargo de Theo Vieira (também guitarrista, já foi tecladista da banda). Em Dance With The Fire, eles resgatam os anos 80 em cheio, com melodias sombrias. Nosferatu é sombria e macabra, mais Doom. A revolucionária e bombástica (She’s Not) Innocent é maliciosa e marcante, um dos pontos altos do CD. O Gothic Rock volta em Burning The Night For You. Outro detalhe interessante é a banda lançar mão de backing vocals em todas as músicas, alternando os músicos que fazem os backing (ora em duo, ora em trio, ora todos, ou ora solo), dando um efeito mais harmonioso às suas músicas! Enfim, grande disco de uma banda muito promissora.
AD – 9,0


RETRATOS SUBTERRÃNEOS
Um Panorama Da Música Dark Nacional
Valhalla/Rock Hard- nac.       
Iniciativa quase pioneira da revista Valhalla mais uma vez. Eles, que já tinham lançado fisicamente outros volumes da coletânea Demo Section, agora lança virtualmente esta coletânea polêmica. Polêmica por ser para download. Polêmica por ser de estilos Dark e Góticos. Polêmica por abranger vários estilos obscuros aqui, misturando com Industrial, Emo, EBM e Metal. Cada um tira as suas conclusões, mas o fato é que está divulgando estas bandas e estes estilos, coisa que ninguém quase está fazendo. Bandas de Curitiba, São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília estão aqui, vindo desde bandas “consagradas” de Goth Glam Metal como o Sunseth Midnight, como os tradicionais e antigos do Strangeways, o Gothic Metal mesmo do Laudany (cujo vocalista produziu artisticamente, ajudando na escolha das bandas), o personagem Emo de Nenê Altro (do Dance Of Days) entre nomes já conhecidos da cena, como Elegia, Plastique Noir, Necropolis e The Downward Path. O curador do projeto foi o jornalista Rodrigo Helfenstein, colunista e redator da Valhalla, responsável pela parte Gótica, Dark e obscura da mesma. São um total de 18 faixas, com vários altos e baixos, diferenças de gravação entre uma banda e outra e diferença na qualidade também (lugar comum em toda coletânea). Boa iniciativa e aguarde uma matéria ou entrevista mais apurada com o Rodrigo. ADL – 8,0


TENEBRE
Hearts Blood
Hellion – nac.
A música Dark e o Gothic Rock são muito conhecidos no Brasil. Aqui, tivemos e ainda temos um dos maiores públicos do estilo no mundo inteiro. Nos anos 80, bandas como The Mission, The Sisters Of Mercy, The Cure (só pra citar estas, senão citaria a resenha toda) foram mainstream por aqui e todas as vezes que tocaram ou ainda tocam no Brasil, seus shows são sold out. Muitas bandas já surgiram no Brasil ao longo dos anos e outras do Pop Rock mais comercial, mostravam claras influências do estilo Post Punk (que originou tudo isso), como Capital Inicial, Legião Urbana, Uns E Outros, Zero (também só para citar alguns) com letras soturnas, desoladores, como num labirinto sem saída (onde a humanidade se enfiou e nunca mais sairá de verdade mesmo). Em São Paulo, por exemplo, abundam casas góticas, muitas fechando, mas sempre outras tantas abrindo e no Brasil todo, o mais popular do sertão faz uma idéia estereotipada ao menos do que seja ser Dark. Apesar disso, a maioria dos Darks nacionais vive apenas do passado: basta ver o repertório das discotecagens e das bandas, covers a maioria (infelizmente). Ok, esquecer as raízes, nunca. Mas deixar de conhecer o que está aparecendo, jamais! Afinal, se hoje o Sisters Of Mercy parece uma banda tão “antiga”, lembre-se que quando eles surgiram, eram novidades, pois o movimento (ao menos na Inglaterra foi um movimento), já existiam The Cure, Siouxsie & The Banshees, Joy Division, The Damned e Bauhaus, entre tantas outras também só para falar de algumas. Então, todos temos obrigação de ouvir as bandas novas aparecendo. Alías, quer queira, quer não, o atual chamado Goth Metal é o Goth Rock da atualidade, pela evolução musical dos ouvidos e influências de ouvintes e músicos. Musicalmente, em alguns momentos, o Tenebre lembra o The 69 Eyes dos primeiros discos, como Paris Kills por exemplo, seja pela de (simplesmente) Charles, sejam pelas guitarras, calcadas nos dedilhados e harmonias típicas do The Mission. Esse misto de The 69 Misson Eyes é nítido nas primeiras faixas, Silver Flame e Mistress Of The Dark, duas excelentes canções! Já Serpent´s Fire tem uma linha mais Rock, enquanto com Shine, voltam na escola finlandesa de 69 Eyes e até algo de Sentenced. Nightmare também é nessa linha e o deja-vu de ouvir o 69 Eyes até Paris Kills (antes da fase nova, com Devils e Angels) é gritante, mas deliciosa de se ouvir! Darks, Góticos e Goth Metalers, mais um prato cheio para ti! AD – 9,0

COVENANT
Skyshaper
Hellion – nac.
Temos uma grande banda de música eletrônica. Não muito original, é verdade, mas ainda assim bem legal. Também é verdade que eles poderiam ter trazido algo novo, por terem vindo de uma outra cena, a do Black Metal nesse caso. No entanto, tudo isso se faz necessário explicar, até porque essa ex-banda de Black Metal NÃO é o Covenant com Skyshaper nessa resenha, pois muitos estão achando serem os mesmos. Este Covenant (que confusão), já fazia esse tipo de som antigamente, e o trio sueco desce a lenha na EBM (ficando o Kovenant norueguês mais para o Industrial mesmo). O estilo com muitos sintetizadores, loops, samples, com o vocal grave e sombrio de Eskil Simonsson, dando um clima de anos 80. Sim, são mais uma banda que adota a Old School EBM como direcionamento musical. Ainda assim, eles fazem de tudo como tantos chamam hoje, como Future Pop, Electro Pop e etc. Destaques para as estranhas (essa é a intenção do grupo) Happy Man, Brave New World e Sweet & Salty. Apesar de tantas influências, eles não chegam na Darkwave. Para quem é fã deste tipo de música, vai comprá-lo de olhos fechados, ou melhor, de ouvidos tapados, pois sabe o que está levando.
AD – 8,0


IN STRICT CONFIDENCE
Exile Paradise
Hellion – nac.
Mais uma banda Dark Gótica saindo no Brasil. Enfim, as gravadoras daqui começam a apostar em bandas do estilo, sabedoras que temos um grande público e potencial consumidor para tanto. Exile Paradise é um disco pesado, frio, climático, com atmosfera Dark, soturna e taciturna. A banda possui dois vocalistas: Dennis Ostermann (que pra variar, segue a escola de Andrew Eldritch, do Sisters Of Mercy) e Antje Schulz, limpo, mas nem tanto lírico. Enfim, e aqui vai a polemica. Qual é o estilo do In Strict Confidence? Industrial? EBM? Darkwave? Só Dark? Gótico? Metal? Ou algum daqueles 300 rótulos estapafúrdios que inventaram de uns anos para cá? O que interessa é que Exile Paradise é sombrio e dá para se dançar legal em uma pista. Destaques para Promised Land, Forbidden Fruit, Der Teufel e a instrumental In Favilla. AD – 7,0
HIM
Venus Doom
Warner – nac.
Tem bandas que têm uma sonoridade ímpar e se tornam influentes, mesmo nós, jornalistas, insistindo em comparar e rotular. Os finlandeses do HIM é um destes casos. Sim, pois a banda já foi chamada de Gothic Metal, Gothic Rock, Love Metal (este título foram eles mesmos que inventaram) e até de Emo Goth ou Pop Dark. Chame-os do que quiser. Eles são um pouco de tudo isso, pois são sombrios e obscuros por essência, então são Goth e Dark. Também são Metal sim, pois são pesados e até arriscaria a dizer um pouco Hard (mas não tanto quanto o Glam do The 69 Eyes, outra Goth band da Finlândia que mistura o Dark, o Metal e o Hard). Até Emo, pois tem algumas passagens bem emocionais, mas longe da chatice e breguice dos NX Zero’s da vida. E Pop, pois conseguem fazer músicas acessíveis e de qualidade. Na Europa, eles são Deuses, nos EUA são desconhecidos, pois lá só pode fazer sucesso que fizer música negra ou fazer letras de sacanagem. E no Brasil, eles são conhecidos ainda só para os iniciados na música obscura. Mas temos que reverter este quadro e Venus Doom chega para isso mesmo, no disco mais arriscado de sua carreira, com várias passagens de (pasmem) Doom Metal (isso mesmo!). A faixa-título mostra algo disso, ainda bem melódica (como todas as outras daqui e da carreira da banda), podendo estar no Love Metal (o disco, que gerou o auto-rótulo do grupo). Love In Cold Blood, é comercial também, bem Goth, mas as guitarras baixas e lentas, dão esse ar de Doom, deixando sua música ainda mais sombria. O lado Doom se faz mais forte ainda em Kiss Of Dawn, lembrando o final dos anos 90 das bandas inglesas do estilo. Por isso também, no começo de Sleepwalking Past Hope temos uma guitarra gordurosa à Cathedral, bem Stoner, ficando mais sublime depois em seu refrão. A faixa tem mais de nove minutos de duração e várias mudanças de andamento, indo dos estilos citados até o mais puro Gothic Rock oitentista. E assim vão se alternando as faixas seguintes, Dead Lovers´ Lane, Song Or Suicide, Bleed Well e Cyanide Sun. Excelente! JCB – 8,5

PHOENIX REIGN
Destination Unknown
Independente – imp.
Que nostalgia... Ao receber o pacote desta banda, me remeteu ao primeiro material importado que recebi, diretamente da banda suíça Excelsis, o grande CD Kurt Of Koppigen (que saiu anos depois aqui via Rock Brigade, com influência sugestiva nossa, pois ajudamos a promover a banda na época, em que éramos ainda fanzine apenas). A capa e encarte medieval de época, o luxuoso press kit, com releases, recortes, fotos profissionais e pasta personalizada, enfim, tudo remeteu ao primeiro material que recebi fora do Brasil. Mas as comparações acabam por aqui, pois o Phoenix Reign tem vocais femininos, está longe do Power Metal épico do Excelsis. A banda aqui executa Metal Melódico, com uma aura Gótica e influências e elementos discretamente Progressivos, tendo uma técnica razoável, quase virtuosa e passagens intrincadas. Quer ter uma referência? O After Forever! A banda vai odiar essa comparação, pois nitidamente, eles galgam um estilo próprio, e querem seguir outra linha. Mas é isso. O disco é bom, mas falta um melhor arranjo e acabamento nas músicas. Vale conhecer. JCB – 7,0

THE FALL
Reformation Post TLC
Dynamo – nac.           
Vou ser sincera, nunca imaginei na minha vida que teríamos no Brasil um disco do The Fall lançado de novo. Muita gente acha que não vai vingar, mas a Dynamo foi corajosa, bastando fazer uma divulgação legal no meio Dark e Gótico. Até para que a molecada de hoje conheça essa banda. Apesar do The Fall não ser Dark literalmente, a banda tem muitos fãs desse estilo, pela sua música ser fria, introspectiva, controvertida, também Cold Wave, vinda da fria e profícua cena de Manchester, antes mesmo do Stone Roses ganhar o mundo no final dos anos 80. A banda voltou a algum tempo e com esse disco, Reformation Post TLC, vem para o lugar de onde nunca deveria ter saído. A banda já está fazendo bom sucesso na Europa e só falta de novo ter o mesmo êxito aqui, e que venha além de ser apenas uma banda cult. Aquele jeitão típico deles, bem despretensioso, aparece em Reformation!, bem Post Punk, quase Punk, com as letras faladas ao estilo Sex Pistols, guitarra minimalista, com poucos riffs repetidos à exaustão, como que gerando um mantra num ritmo hipnótico, fazendo você dançar sem parar em seus mais de sete minutos de extensão. A anarquia (musicalmente ao menos) Dark continua com Fall Sound. White Line Fever tem um ar mais Folk, lembrando alguns momentos do Bob Dylan no começo de carreira. A displicência setentista e despojada continua com My Door Is Never e até vozes femininas, que remetem à vocalistas do ano 70 em The Wright Stuuf, com um órgão estilo Hammond ao fundo, dando um ar mais vampírico, lembrando muito o The Damned. Uma certa semelhança ainda com as mudanças de andamento e aquele Thu-ru-ru, Thu-ru-ru de Walk On The Wild Side de Lou Reed. Ao ouvir a realmente esquisita Das Boat, começo a rir sozinho, imaginando a cara de muitos colegas de imprensa ao ouvir este CD para resenha. O que eles dirão? Muito da parte gótica, sequer ouviram falar desta banda, a não ser os mais antigos e poucos novatos realmente interessados. A maioria deles acha que o Lacrimosa quem inventou música sombria e quase todos acham que só é sombrio se é “gótico”. E o pessoal do Metal, vai falar qual abobrinha do The Fall? Que são mais uma nova banda de Gothic Metal? Quá-quá-quá! O The Fall é uma das poucas bandas restantes sem ter um estilo definido. Hoje o cara monta uma banda assim: “vamos fazer Gothic Metal com vocais” femininos. O pessoal acha que a criatividade pode ser encaixotada ou enlatada como qualquer outro produto. Por isso, tanta banda e disco derivativo hoje em dia – quase nada é espontâneo, senão, o que os “reais” vão dizer? JCB – 9,0

EISBRECHER

Antikorper
Rock Brigade/Laser Company – nac.
Já é tradição na Alemanha, surgiram cenas e bandas eletrônicas de lá. Seja no Industrial Rock, ou Metal Industrial (Rammstein é o mais gigante exemplo), seja na EBM, Darkwave e afins. Este Antikorper é o segundo full lenght desta banda formada em 2002 na Alemanha, que debutou em 2004 com um disco homônimo. A sua música tem muito de Metal e de Dark, pois é pesada e sombria. A voz é tenebrosa, as guitarras são pesadas e fabris (Industriais) e a cozinha é eletrônica e a programação geral rola solta. Feito par dançar também, além de se apreciar, Antikorper é composto de 13 faixas em mais de 50 minutos de duração. A banda já devasta a terra dos Godos faz tempo, agora só falta a América do Sul, mas a invasão já começou! O CD ainda tem uma faixa multi-media com o clipe de Vergissmeinnicth. A banda é: Alexx (V), Noel Pix (G/programação), Felix (G), Miguel (B),  Renee (D) e Maximator (D/programação). Destaques: Leider, Ohne Dich, Kein Mitleid e Vergissmeinnicth. AD – 8,0

EBONY ARK
Decoder 2.0
Hellion – nac.
O Ebony Ark é uma banda da Espanha ainda desconhecida no Brasil. O grupo começou em 2002 e debutaram com Decoder, resenhado aqui pela gente. A banda ainda prima por fazer um Goth Metal com uma forte pegada Prog, mais ou menos como o After Forever fazia antes de seu último disco. Agora em Decoder 2.0, a banda acerta melhor o seu caminho, ainda que siga o mesmo estilo e ainda que não traga um grande diferencial para as demais bandas do segmento. A banda possui vocais femininos, a cargo de Beatriz Albert e os destaques são Humans Or Beasts?, Desire e Thorn, sendo Seaching For An Answer a melhor mesmo, tendo uma versão em espanhol dela mesmo, intitulada A Merce De La Lluvia. Melhor que o debut, mas falta algo mais. RS – 7,0